Jovem cria painéis solares com esmalte e acetona

Uma jovem cientista australiana criou células fotovoltáicas – usadas para transformar energia solar em energia elétrica – a partir de produtos parecidos com esmalte e acetona, uma impressora e um forno de pizza, baixando o preço da tecnologia.

Os painéis solares criados por Nicole Kuepper, de 23 anos, são bem mais simples e mais baratos dos que os tradicionais por não usar tecnologia de ponta, mas mantêm a mesma qualidade.

Kuepper, que é estudante da Universidade de Nova Gales do Sul e já patenteou o processo, conta que descobriu a fórmula “quase sem querer”

“Eu estava fazendo os testes e esqueci de usar um produto. No final deu certo sem ele”, disse ela.

Processo

No processo, Kuepper pulveriza químicos parecidos com esmalte em células de silício e depois passa essas células finas por uma impressora comum que, em vez de tinta, usa acetona para moldá-las no formato certo.

Depois, o material é “assado” em um forno similar ao de pizza, numa temperatura mais baixa do que a do processo normal.

Segundo a estudante, o método cria painéis solares mais baratos e tão eficientes quanto os tradicionais.

Os gastos com o processo são reduzidos por causa da simplicidade dos materiais usados e da tecnologia, além da temperatura mais baixa.

No método convencional, a temperatura utilizada na criação de painéis solares chega a até 800 graus Celsius. Com a nova técnica, a temperatura cai para 300 graus Celsius.

Além disso, o wafer de silício usado para fazer o painel solar tem a espessura de 50 micrômetros (μm), bem mais fino se comparado com o padrão de 250μm.

Com a invenção, batizada de iJET, a australiana pretende levar energia barata e limpa para regiões sem acesso à eletricidade, inclusive em países em desenvolvimento, como o Brasil.

“Quero oferecer aos dois bilhões de habitantes menos favorecidos que não possuem facilidades elétricas, condições de ler à noite ou de se manterem informados sobre o mundo através do rádio usando energia do sol”.

Colecionadora de títulos científicos de prestígio na Austrália, a jovem ressalta que, quando o método começar a ser comercializado, daqui a três anos, ele vai reduzir a emissão de gases poluentes causadores do efeito estufa e das mudanças climáticas.

A demanda por painéis solares está crescendo em todo o mundo, mas o material ainda custa caro.

Para tornar sua casa auto-suficiente em energia, por exemplo, o australiano Michael Mobbs gastou cerca de R$ 70 mil, mas a longo prazo, a relação de custo-benefício compensa.

Mobbs não paga mais conta de luz, além de já ter economizado tudo o que gastou em 12 anos.

“Todo ano evito que cerca de quatro toneladas de carvão sejam queimadas e que oito toneladas de gases estufa sejam emitidos na atmosfera”, disse ele. (Fonte: UOL Ciência e Saúde – http://cienciaesaude.uol.com.br/ambiente/ultnot/2008/11/03/ult4432u1778.jhtm)

 

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