A poluição do ar causa tantas vítimas no mundo quanto a tuberculose, compara Paulo Saldiva, professor de medicina da USP (Universidade de São Paulo) e uma das autoridades no debate sobre os efeitos da emissão de poluentes na saúde.
“Diferentemente da tuberculose, o controle da poluição não depende da atuação dos órgãos de saúde pública, mas da saída para conflitos econômicos”, observa o professor.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) contabiliza que entre 2 milhões e 4 milhões de pessoas morrem por ano no mundo em decorrência da poluição.
Na cidade de São Paulo, o ar poluído mata de 12 a 14 pessoas por dia, segundo estimativa de Saldiva. “Embora abasteça 10% da frota do país, o diesel é responsável por 45% da emissão de partículas em São Paulo e quase metade das mortes causadas pela poluição”, calcula.
Os trabalhos do professor sobre os efeitos da poluição na saúde são usados em documentos oficiais sobre o tema.
Cigarro
Paulo Saldiva alega que são fortes as evidências de que a poluição do ar repete os efeitos do cigarro sobre o fumante e as pessoas próximas a ele. “É um risco pequeno, mas aplicado em grande escala”, pondera o professor.
De acordo com ele, não existe “nível seguro” de poluição atmosférica. Segundo Saldiva, os danos sobre a saúde são sentidos principalmente por pessoas desnutridas, portadores de doenças cardiorespiratórias, fetos e bebês. (Fonte: O Estado de São Paulo 10/08)