Aumenta busca de prédios por selo verde no Brasil

Primeiramente surgiram as instruções para que as pessoas tivessem um comportamento ecologicamente correto: reciclar o lixo, tomar banhos rápidos, economizar energia elétrica e utilizar transporte público ou bicicleta. Com um pouco de resistência, alguns desses itens começaram a ser seguidos e, aos poucos, tornaram-se praticamente obrigatórios. Agora, é a vez dos empreendimentos imobiliários buscarem “sustentabilidade”. Apenas neste ano, 68 edifícios entraram com processo para conseguir o selo Leadership in Energy and Environmental Design (Leed), um dos mais reconhecidos no mundo. Há quatro anos, só um tentou a certificação de “prédio verde”.

E essa tendência veio para ficar – ou até para predominar – nos grandes centros urbanos, como São Paulo. Embora todos os empreendimentos certificados no Brasil sejam da categoria prata, o País pode terminar o ano com dois selos ouros. Duas edificações – uma no Rio, o Ventura Corporate Towers, e outra em São Paulo – conseguiram uma pré-certificação no segundo melhor nível e devem receber o registro definitivo até o fim deste ano.

O empreendimento paulistano que virou modelo é o Rochaverá, às margens do Rio Pinheiros, na zona sul. Uma das características que contou a favor foi o sistema de reúso da água da chuva. Absorvida nas coberturas das torres e nos ralos em toda a área do empreendimento, ela é encaminhada para um depósito, de onde o líquido é bombeado novamente para a superfície, irrigando os jardins.

Primeira a possuir um selo na América do Sul, a agência do Banco Real de Cotia tem um sistema parecido e reutiliza toda a água da chuva nos vasos sanitários. Ali, 100% do esgoto é tratado e ainda serve para regar os jardins. Além disso, painéis fotovoltaicos garantem o fornecimento de energia – a luz solar é armazenada e utilizada para abastecer os caixas eletrônicos de auto-atendimento.

Para ser considerado um “prédio verde” e conseguir o selo Leed, o empreendimento passa pela avaliação de alguns requisitos, como o uso de iluminação natural, a gestão de perdas e resíduos, as administrações do consumo de água e energia elétrica, o uso de materiais renováveis, a qualidade interna do ambiente e as idéias inovadoras. Após a análise, uma edificação recebe de 0 a 69 pontos, nas categorias ouro, prata e verde – quem satisfaz a partir de 85% das exigências ganha o selo na modalidade Platina. No Brasil, somente três empreendimentos têm o selo Leed, todos na categoria prata: a agência do Real, em Cotia; e em São Paulo o laboratório Delboni Auriemo de Santana e a unidade do Morgan Stanley da Avenida Brigadeiro Faria Lima. (Fonte: O Estado de São Paulo 10/08)

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