Fungo que pode produzir combustível é descoberto na Patagônia

Cientistas americanos descobriram na Patagônia, região no sul da Argentina, um fungo capaz de produzir componentes como os que se encontram no óleo diesel.

O fungo poderia ser potencialmente uma nova fonte de energia limpa, segundo o artigo publicado na revista científica “Microbiology”.

O fungo, batizado de Gliocladium roseum, foi descoberto em uma árvore ulmo (Eucryphia cordifolia) por cientistas da universidade do Estado de Montana, nos Estados Unidos.

O Gliocladium roseum gera várias moléculas diferentes que produzem hidrogênio e carbono, e que são também encontradas no óleo diesel. Os cientistas trabalham agora em criar o que chamam de “mycodiesel”, um combustível limpo a partir da nova descoberta.

“Este é o único organismo que demonstrou ser capaz de produzir esta combinação importante de substâncias combustíveis”, disse o professor Gary Strobel, que conduziu a pesquisa.

“O fungo pode inclusive produzir estes combustíveis de diesel a partir da celulose, que poderia ser uma melhor fonte de biocombustível que qualquer uma das que se usa atualmente”, opina o cientista.

Hidrocarbonetos

Muitos tipos de micróbios podem produzir hidrocarbonetos, que são compostos formados de hidrogênio e carbono.

Os fungos que crescem na madeira parecem produzir uma série de compostos potencialmente explosivos.

“Quando examinamos a composição do Gliocladium roseum, ficamos totalmente surpreendidos de ver que ele estava produzindo uma variedade de hidrocarbonetos e derivados de hidrocarbonetos”, disse Strobel. “Os resultados foram totalmente inesperados.”

Posteriormente, quando os investigadores cultivaram o fungo em laboratório, ele foi capaz de produzir um combustível que, segundo eles, é muito similar ao óleo diesel usada em automóveis e caminhões.

Outra vantagem potencial do combustível, segundo Strobel, é que ele pode ser produzido diretamente da celulose, o principal composto das plantas e do papel.

Quando se utiliza plantas para produzir biocombustíveis, elas precisam primeiro ser processadas para depois serem convertidas em compostos úteis, como a celulose.

Mas no caso do Gliocladium roseum, ele pode produzir o “mycodiesel” diretamente da celulose.

“Isso significa que o fungo pode produzir combustível saltando-se um grande passo no processo de produção”, diz Strobel. (Fonte: UOL Ciência e Saúde – http://cienciaesaude.uol.com.br/ambiente/ultnot/2008/11/04/ult4432u1784.jhtm)

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